No passado dia 26 de outubro de 2024, no Auditório Sra Boa Nova, decorreu a 2.ª edição do FundaMENTAL: Jornadas de Saúde Mental – um projeto do Centro Paroquial do Estoril.
Direcionado a toda a comunidade e aos profissionais da área da saúde mental, com o objetivo de promover a temática, foram debatidos e analisados temas como ‘Saúde Mental e a Espiritualidade’, ‘Saúde Mental e a Parentalidade’ e ‘Saúde Mental na Vida Ativa’, através do modelo de conferência.
Esta 2.ª edição abriu com o Pe. Paulo Malícia, Diretor do Centro Paroquial do Estoril, que nos recordou a importância e o desejo natural que, todos, temos de cuidar. Seguindo-se o Sr. Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, fomos provocados a questionar-nos quantos problemas relacionados com a dimensão da mente não provém de uma deficiente formação ao nível da afetividade. “Era como se – referiu o Sr. Patriarca -, a relação, a familiaridade de que o ser humano tanto necessariamente necessita fosse já, por si, uma terapia. Mas se é uma terapia, a sua ausência, a sua falta é, também, causa do surgimento ao nível da problemática”.
O painel destinado à Espiritualidade foi moderado pelo jornalista Paulo Nogueira e contou com a presença do Cónego Nuno Amador, da Dra. Bárbara Bettencourt, médica e ginecologista obstetra e, ainda, com o testemunho da Ticas Graciosa. Para o Cónego Nuno Amador, e restante painel, “esta dimensão de uma vida interior que vá à profundidade das coisas é essencial para uma vida equilibrada, para uma vida onde a mente sã e o corpo são vivem, também, em equilíbrio.”
No painel dedicado à Parentalidade, a moderação coube ao jornalista e comentador João Miguel Tavares, contando com o testemunho da Rosa Amado e a presença da professora e investigadora Dra. Ana Teresa Brito e, ainda, da psicóloga clínica Rute Agulhas.
Começando por desmistificar a ideia de que a desorganização faz parte de ser pai e de ser mãe, a Dra. Rute Agulhas fez, também, a ressalva de que “os miúdos hoje não têm muito tempo para não fazer nada, e o não ter nada para fazer tem uma conotação negativa. Os miúdos precisam de não ter tempo estruturado para inventar, para criar, para imaginar, para fazer de conta.”
Por fim, o último painel debruçou-se sobre a temática da saúde mental na vida ativa, como preparação para a reforma. Este painel foi moderado pela jornalista e escritora Isabel Stilwell e contou com a presença da provedora da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, Dra. Isabel Miguens, Dra. Isabel Viegas, da jurista Paula Guimarães e, ainda, do apresentador de televisão Júlio Isidro.
Tendo como pano de fundo o conceito de <vida ativa>, como algo que – erradamente – associamos, apenas, à vida profissional, a Dra. Paula Guimarães recordou-nos que “Ativo não tem de significar continuarmos indefinidamente a desempenhar funções de responsabilidade. Ativo pode ser apenas contemplar. Ativo significa que nós continuamos interessados pelo mundo que nos rodeia e que cada um de nós vai envelhecer de acordo com a forma como viveu.”
Agradecemos a todos os que participaram e se envolveram para a concretização deste projeto fundamental para as nossas sociedades. Citando a Dra. Paula Guimarães, “não há regras, não há receitas, cada um de nós é diferente do outro e cada um de nós deve encarar as suas várias etapas de vida, com liberdade.”
Obrigado a todos.