Viver e trabalhar num tempo de incertezas, de medos, de dificuldades tem sido um desafio geral.
Apesar das difíceis circunstâncias impostas pela pandemia, o CPE não parou de trabalhar nas suas áreas de intervenção, quer no ensino quer na área social. A equipa da área social reorganizou-se e planeou todos os serviços prestados nas várias respostas sociais de modo a apoiar todas as famílias, as que já tínhamos e as que têm vindo a chegar desde março de 2020.
O Serviço de Apoio Domiciliário foi das respostas com uma maior restruturação nos procedimentos. A proteção dos clientes e da equipa foi uma questão fundamental na qual apostámos sempre. Desde o início de 2020, 107 pessoas receberam todos os dias a visita do CPE, garantindo os cuidados de higiene, entrega do almoço, fisioterapia, terapia ocupacional entre os vários serviços prestados por este serviço.
O Centro de Dia encerrou temporariamente em março de 2020. Com esta medida os 60 idosos que frequentavam todos os dias o CPE deixaram de poder usufruir das várias atividades, deixaram de poder conviver uns com os outros e, ao longo do ano, foram perdendo competências físicas e cognitivas, contribuindo para uma maior fragilidade. Rapidamente o Centro de Dia foi reinventado e a nossa equipa passou a ir ao encontro de cada um dos nossos idosos. Passaram a receber o almoço em casa, bem como os serviços de fisioterapia, psicologia e terapia ocupacional.
É com uma enorme alegria que reabrimos agora as portas do Centro de Dia, embora o desconfinamento ainda obrigue alguns idosos a ficar em casa para sua segurança. Assim, mantemos o Centro de Dia no CPE e o Centro de Dia em Casa.
O projeto Distância Zero, premiado pelo BPI e a Fundação La Caixa, foi criado também com o objetivo de aproximar os idosos e não permitir que a solidão tome conta dos seus dias, dando um salto na aprendizagem e no uso dos meios tecnológicos que são fundamentais nos dias de hoje.
Os pedidos de ajuda alimentar foram os mais procurados desde o início da pandemia. Muitas pessoas e famílias da comunidade ficaram com a vida virada do avesso. Muitos ficaram sem emprego e com os filhos em casa, não tendo forma de garantir os bens essenciais. O apoio passou a ser para 325 famílias – 798 adultos e 247 crianças. Os donativos foram e continuam a ser muito generosos e só assim tem sido possível chegar a todos. Obrigado a todos os que participam mensalmente na campanha T.I.A.S. e aos que optam pelos donativos online, através do nosso site (https://cpestoril.pt/donativos/). Juntos conseguimos reforçar o stock dos produtos essenciais na Mercearia Social e assegurar despesas pontuais de algumas famílias. Também muitos parceiros têm contribuído para a sustentabilidade da Mercearia. Obrigado à CMC, ao Banco Alimentar Contra a Fome, ao Pingo Doce, ao Continente, ao Aldi, à Macro, à Gel Peixe, à Sacolinha, à Mercearia Quinta do Saloio, à Padaria Peter Pão, ao Colégio Sra Boa Nova, à Escola Hoteleira do Estoril, à St António International School, ao Grupo Amorim Saúde, à Cuf Inspira, à Brisa, e à Cascais Ambiente.
Com o crescimento destes pedidos, houve necessidade de reestruturar o espaço da Mercearia Social assim como o armazém que serve de apoio à distribuição dos alimentos que chegam do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC). Esta mudança foi possível atraves de um donativo material da Sonae.
A equipa de Rendimento Social de Inserção também se desdobrou para garantir que as mais variadas necessidades apresentadas pelas famílias, eram colmatadas. Falamos de carências aos níveis da saúde, do emprego, da educação e ainda, questões habitacionais. Chegam-nos famílias novas todos os meses, estando neste momento a acompanhar 399 pessoas.
A Pandemia teve um enorme impacto na vida familiar. A conciliação da vida profissional, escolar e pessoal, dentro da própria casa, tornou ainda mais exigente as questões da parentalidade. O Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) trabalha diariamente com o objetivo promover o exercício de uma parentalidade positiva e garantir o bem estar físico, psicológico e emocional das crianças e jovens. A Pandemia relevou problemáticas sociais, de saúde mental graves (ansiedade, depressão, entre outras) e o aumento de vulnerabilidades na parentalidade, pelo que a equipa teve de adaptar, de forma criativa, a sua intervenção, sem nunca largar as 113 crianças que apoiámos durante 2020.
Tem sido um ano desafiante mas com o apoio da comunidade, doadores e parceiros, voluntários e com a entrega de todos os colaboradores tem sido possível acolher cada um dos que procura o CPE com amor e dignidade.