Não é fácil viver entre confinamentos e desconfinamentos, numa incerteza constante que não nos deixa fazer planos, nem saber o que nos espera o dia de amanhã. Aproximam-se as férias e, se a esperança nos alimenta e nos faz ver uma luz ao fundo do túnel, ainda ninguém parece ter certezas a curto e médio prazo.
A pandemia (como qualquer catástrofe) não só fez emergir o melhor e o pior da condição humana, como nos relembrou como é vulnerável e incerta a vida de cada um de nós. De repente tudo pode mudar e tudo se pode desmoronar. Mas a pandemia também nos mostrou que há coisas que permanecem para sempre e nada as pode destruir. O vírus mortífero, não foi capaz de eliminar, o amor, a solidariedade, o unirmos esforços para vencer as tormentas coletivas e individuais, o colocar a luta pela vida e dignidade humana como prioridade da sociedade que somos e queremos construir, a vontade de lutarmos com todas as nossa forças contra o mal, e outros valores e princípios que são os nossos pilares civilizacionais. Não só não os eliminou como os consolidou. Porque estes pilares permanecem para sempre e nada os pode destruir e, não só a eles nos agarramos em tempos de crise como, são eles que nos possibilitam renascer e reerguer.
A história ensina-nos que, em tempos de crises e de derrocadas seguramo-nos ao que permanece, e o que permanece são os pilares duma civilização que, quer queiram quer não, tem no cristianismo uma das suas raízes mais profundas. Numa palavra o que permanece é o amor em todas as suas expressões e manifestações.
Não foi um ano fácil no Centro Paroquial do Estoril, como o não foi em nenhuma das nossas famílias. Mas foi um ano que nos agarramos ao que permanece e que todos os dias procuramos semear e cultivar: o amor de Deus, a nossa mais preciosa e profunda raiz.
Boas férias!
Padre Paulo Malícia